Estudar a adaptação do
trabalho às características dos indivíduos proporciona conforto e melhora
disposição para o trabalho
Dor nas costas e nas
articulações, tensão nos ombros, pescoços e músculos, excesso de barulho,
cansaço e falta de disposição podem ser sinais de que o trabalho não está
ergonômico. Ergonomia
é o estudo da adaptação do trabalho às características de cada pessoa. Pode ser
aplicada em vários setores de atividade, tais como industrial, hospitalar,
escolar, transportes e sistemas informatizados.
Em todos eles é possível que
existam intervenções ergonômicas para melhorar significativamente a eficiência,
produtividade, segurança e saúde nos postos de trabalho, desde os estresses
físicos nas articulações, músculos, nervos, tendões, ossos, etc., até fatores
ambientais que possam afetar a audição, visão, conforto e principalmente a
saúde.
De acordo com a
fisioterapeuta da Acquaterapia, Mariana Maia Vasconcelos, investir na melhoria
ergonômica do colaborador e auxiliá-lo a trabalhar em posturas corretas, pode
ser uma estratégia para que a empresa renove as formas de trabalho e eleve, ao
mesmo tempo, a satisfação pessoal e a produtividade das empresas. “O custo
individual de cada trabalhador para uma empresa é minimizado através da
ergonomia, que remove aspectos do trabalho, e em longo prazo, possa provocar
ineficiências ou os mais variados tipos de incapacidades físicas”, explica.
Para as empresas ou para os
colaboradores que desejam sugerir mudanças, o primeiro passo é identificar se o
local de trabalho está ineficiente ou provocando incômodos na saúde. “Trabalho físico pesado, posturas incorretas,
repetitividade, falta de possibilidade de realizar pequenas pausas espontâneas,
manutenção de postura fixa por tempo prolongado, mobiliário mal projetado e
ambiente de trabalho desconfortável são características de um local inadequado
ergonomicamente”, afirma Mariana.
Quando o colaborador se
depara com um ambiente desconfortável, as queixas de saúde aparecem e,
consequentemente, a produtividade e a disposição para realizar um trabalho de
qualidade também caem. “Em um ambiente não ergonômico as queixas são dor,
cansaço, formigamento e queimação, que estão diretamente ligadas à adequação do
corpo frente a um determinado equipamento”, explica Mariana. “As regiões do
corpo mais afetadas por distúrbios osteomusculares são lombar, ombros, joelhos,
cervical, punhos e mãos”, completa.
Como
adaptar o ambiente?
De acordo com as características
de cada indivíduo, o ambiente pode ser adaptado de várias formas a fim de
minimizar os fatores de riscos existentes no local de trabalho. Alguns dos
produtos oferecidos pelo mercado são: apoio para antebraço, pés e teclados,
cadeiras adaptáveis, suporte para monitor e texto, mouse pad, tapetes
ergonômicos, entre outros.
Para a fisioterapeuta,
Mariana Maia, colaboradores e empresas podem analisar o ambiente juntos e
adaptá-lo de acordo com as necessidades de cada um. Confira as dicas:
- Se você é
muito alto, procure alguma forma de elevar sua mesa, através de calços ou de
mesas especiais dotadas de regulagem de altura
- Procure
liberar espaço em sua mesa de trabalho
- Garanta a
existência de algum espaço para movimentar o teclado um pouco para frente e um
pouco para trás e, inclusive, procure um arranjo em que seja possível afastar o
teclado, possibilitando assim, usar a superfície da mesa para a escrita
- Procure trabalhar em uma mesa que tenha bordas arredondas. Caso não as tenha, você pode ser beneficiar de um apoio de punho almofadado, de borda arredondada
- Procure trabalhar em uma mesa que tenha bordas arredondas. Caso não as tenha, você pode ser beneficiar de um apoio de punho almofadado, de borda arredondada
- Caso seu
trabalho envolva leitura freqüente de texto ou consulta a documentos, arranje
um suporte para documento e coloque o texto inclinado, o mais próximo possível
do monitor de vídeo, ou entre este e o teclado, para que o seu deslocamento de
pescoço seja pequeno
- Todos os
objetos de uso constante devem estar o mais próximo possível de seu corpo;
evitando torção do tronco
- Evite
colocar objetos/documentos pesados em gavetas que estejam próximas do piso.
- As
temperaturas devem ser confortáveis
- Sempre que
possível humanize o ambiente e estimule a convivência social entre os
funcionários
Computador
x saúde?
Se o tempo em frente ao
computador ultrapassa 10 horas, confira dicas de ergonomia da fisioterapeuta
Mariana Maia e cuide do seu ambiente de trabalho:
- Garanta conforto
visual mantendo seu monitor entre 45 e 75 cm de distância e regule sua altura
no máximo até sua linha de visão, procurando sempre descansar a vista olhando
para objetos e paisagens
- O punho
deve estar no nível da altura dos cotovelos e durante a digitação mantenha-o em
posição neutra. Mantenha o teclado sempre na posição mais baixa e digite com os
punhos e antebraços apoiados
- Mantenha
os pés bem apoiados no chão ou em um suporte apropriado
- Tenha
cadeira que possua encosto para melhor distribuição do peso corporal e melhor
relaxamento da musculatura
- Para
evitar reflexos, as superfícies de trabalho, paredes e pisos, devem ser foscas
e o monitor deve possuir uma tela anti-reflexiva. Evite posicionar o computador
perto das janelas e use luminárias com proteção adequada
- Trabalhe
em ritmo razoável
- Faça
pausas freqüentes durante o dia. Estas pausas devem ser breves e incluir
alongamentos e caminhadas, sendo realizadas a cada hora.