Nascimentos naturais em
residências e na água ganham adeptas, mas médicos não aprovam decisão
Uma
pesquisa da Birth, publicação
especializada em cuidados perinatais, divulgou recentemente que os partos
realizados em residências cresceram 20% entre 2004 e 2008. Na Holanda, porém, o
aumento é ainda maior, e representa 40% do total de partos. Os partos naturais
geralmente são realizados nas casas das mães ou em casas de partos sem
intervenção médica. Nestes casos, parteiras ou doulas são as responsáveis por
ajudar as mães na hora do nascimento do filho.
Com
o crescimento de mulheres que escolhem a opção de parto natural, o Conselho
Regional de Medicina (Cremesp) não apóia ou recomenda estas modalidades de
partos, pois o risco para mãe e bebê existem, além disso, o ambiente hospitalar
é o mais indicado para qualquer urgência que aconteça durante o procedimento.
A
ginecologista Barbara Murayma concorda com a opinião do Cremesp e afirma ser
contra partos realizados fora de hospitais. “Não recomendo e não concordo com
esses procedimentos. Não há como realizar esterilização adequada de materiais.
Em caso de qualquer complicação, que necessite de conversão para cesárea, nem
sempre há tempo hábil para remoção da paciente”, diz.
A
assistência à mãe e ao bebê também é prejudicada, segundo Barbara. “É possível
realizar um parto natural, sem anestesia e sem soro, mas em ambiente
hospitalar, para em casos de quaisquer riscos, as medidas necessárias sejam
tomadas rapidamente”, afirma.
Os
principais riscos para qualquer parto seja ele natural ou com intervenção
médica, são o de hemorragia e infecção pós-parto. “No caso de cesárea, como há abertura
da barriga, esses riscos podem ser maiores. Em casos de cesárea e parto com
analgesia, há também os riscos próprios para qualquer anestesia, como reação as
medicações utilizadas, por exemplo. Mulheres que já têm cesáreas prévias têm um
risco aumentado de rotura uterina, que pode levar a morte do bebê”, afirma
Barbara.
Vale
lembrar que, embora haja recomendações médicas, um dos problemas que os obstetras
também enfrentam é o desejo ao parto natural a qualquer custo. “O objetivo é oferecer
o melhor para a mãe e para o bebê, com o menor risco possível. Por isso,
acredito que é certo realizar um parto natural em ambiente hospitalar, mas a
paciente deve estar ciente que a qualquer problema, o médico deverá intervir
para sucesso do parto, seja via vaginal ou cesárea”, explica a ginecologista.
Para as
futuras mamães, o mais importante é conversar com o médico durante o pré-natal,
expor as vontades e checarem quais são as convicções do seu médico, para que seja
possível confiar nas decisões que o obstetra tiver de tomar na ocasião.
Entenda os partos:
Vaginal: popularmente chamado de parto normal
com anestesia. Nesta opção, o bebê sairá
pelos orifícios naturais da mulher, no qual pode ser necessário um corte na
vagina para facilitar a passagem da criança.
Abdominal: conhecido como cesariana, neste
parto é necessário cortar todas as camadas de pele da barriga e também do útero
para retirar o bebê.
Natural: igual ao parto normal, porém sem
anestesia
Na água: a mulher fica dentro da água durante o período expulsivo e o bebê nasce
no meio aquático, como estava no útero. A água é aquecida a 36ºC e o pai,
geralmente, pode ficar junto da mãe dentro do local.
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