Casos como do ator Reynaldo
Gianechinni estão ajudando na divulgação dos sintomas da doença e como o
tratamento pode ser feito
Há
dois meses muitas pessoas pararam para acompanhar o drama que ator Reynaldo
Gianechinni começava a enfrentar. Ainda jovem, o ator de 38 anos, foi internado
em um hospital em São Paulo e recebeu a notícia de que teria que lutar contra
um câncer de linfoma. Gianechinni foi diagnosticado com um tipo raro e
agressivo da doença, o linfoma de células T angioimunoblástico, que ataca os
linfócitos. Mas o que é um linfoma? Afinal o que causa a doença? E como pode
ser feito diagnostico?
Os
linfomas são uma série de doenças que têm sua origem nas células do sistema
linfático. Responsável pela proteção de nosso corpo, esse sistema é formado por
órgãos e tecidos que produzem e distribuem os glóbulos brancos do sangue, que
combatem as infecções e defendem nosso organismo. O câncer se desenvolve quando
uma célula normal do sistema linfático se transforma em maligna, cresce sem
controle e é disseminada por todo o corpo, causando a formação de tumores.
Os
tipos de linfomas podem ser divididos em dois grupos. Os de Hodgkin, que
ocorrem em células linfóides conhecidas como Reed-Sternberge e os de
não-Hodgkin, mais comuns e que podem surgir em outras células do sistema
linfático. “Entre os linfomas Hodgkin e não-Hodgkin temos 30 diferentes
variantes da doença, cada uma com características diferentes da outra” diz a
oncologista Ana Lúcia Cornacchioni,
coordenadora do comitê científico da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e
Leucemia).
A
medicina ainda não sabe ao certo o que causa o desenvolvimento do câncer, mas
os médicos já detectaram que os linfomas do tipo Hodgkin são mais comuns entre
as pessoas com 15 e 40 anos e com casos de familiares que já desenvolveram a
doença, principalmente na infância. Já os do tipo não-Hodgkin afetam as pessoas
que são mais velhas; infectadas por vírus como o HTVL ou o HIV e que possuem
uma dieta rica em gordura e carne.
Os
primeiros sintomas do linfoma são as presenças de linfonodos, responsáveis pela
produção de anticorpos, no corpo da pessoa, mesmo quando não há nenhuma
infecção. Os aparecimentos dos linfonodos são causados pela produção
desordenada de glóbulos brancos. “Os linfonodos do câncer de linfoma não são
dolorosos e aparecem no pescoço, nas axilas e na virilha. Mesmo após o paciente
tomar medicamentos os linfonodos não desapareceram. A perda de peso repentina,
febre pertinente e coceiras na pele podem ser outros sintomas da doença que
podem ou não aparecer”, afirma Ana Lúcia Cornacchioni.
Ao
perceber algo estranho no corpo, a pessoa deve procurar um médico. “Um clínico geral ou um pediatra, no caso das crianças,
podem começar a fazer o diagnóstico, que pode ser até outra doença. Caso seja
necessário e o paciente possa ter um linfoma, será indicado para um
hematologista ou oncologista, que dará continuação ao tratamento”, afirma Ana
Lúcia.
A
maioria dos linfomas são tratados com quimioterapia e remédios que aumentam a
eficácia do tratamento. Em alguns casos podem ser realizados transplantes ou
outros tipos de tratamento, dependendo muito do tipo do linfoma. As chances de
cura do câncer variam muito e depende principalmente do estágio que a doença é
diagnosticada. A idade também é um fator importante, já que os idosos enfrentam
mais problemas para se recuperar da doença.
No
Brasil não existem centros de tratamento específicos para atender pacientes com
linfomas. Mas em todos os estados do país existem centros de hematologia que
podem tratar de pessoas com esse tipo de câncer. Segundo
a oncologista Ana Lúcia, a grande dificuldade, em alguns lugares do Brasil, são
o acesso a esses centros, que às vezes estão distante da população.
Para
quem possui um linfoma, a ajuda da família e o apoio de psicólogos também são
essenciais na batalha contra o câncer. “O importante
do atendimento psicológico é passar os conhecimentos e as informações sobre a
doença, assim a família e o paciente terão força para combater o câncer e não
ter medo”, afirma a coordenadora de psicologia da Abrale, Maria Teresa
Veit.
Para
a psicóloga, o linfoma não deve ser tratado como o fim da vida e nem algo
insuperável pelo paciente. “Após o câncer a pessoa se
fortalece. Alguns pacientes chegam a dizer que nunca pensariam que seria
possível falar que foi bom ter câncer. No final, a doença é apenas um obstáculo
para um crescimento na vida”, revela Maria Teresa. O otimismo para combater a
doença é reforçado por Reinaldo Gianecchini na campanha de combate ao linfoma
organizado pela Abrale. “Acredito que isso pode ser uma dádiva pra mim”, disse
o ator esperançoso na cura da sua doença.
- Faça repouso para aliviar os sintomas da doença
-
Não ande de costas em meios de transporte
-
Não leia livros, jornais ou revistas em automóveis em movimento
Evitar
estes costumes pode ajudar na melhoria da qualidade de vida e bem-estar dos
pacientes.
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