quarta-feira, 20 de março de 2013

Proteja-se da Infecção Urinária



Apesar de parecer uma doença simples, a infecção do trato urinário exige tratamento com antibióticos e cuidados diários com a higiene íntima


Dor e ardência ao urinar, sensação de estar com vontade de fazer xixi o tempo todo, urina com cheiro forte e incômodo no ventre são alguns dos principais sintomas da infecção urinária. A doença, que atinge mais as mulheres, é causada pela presença de microorganismos no sistema urinário, como a uretra, bexiga, ureter e os rins. Apesar de ser facilmente curada, quando não tratada de forma correta, pode levar, em casos mais sérios, a problema nos rins, obrigando o paciente a fazer tratamento de hemodiálise e até a retirar o órgão.

O acesso dos microorganismos ao sistema urinário acontece, geralmente, pela uretra, o primeiro órgão do trato urinário, onde as bactérias podem se instalar ou avançar para outras regiões, como a bexiga e os rins. Em alguns casos, a doença pode ser causada por vírus ou fungos, mas segundo o nefrologista e médico do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), Roberto Galvão, cerca de 90% dos casos acontece devido à bactéria Escherichia coli.

Entre os sintomas que causam a infecção urinária estão a dificuldade ou urgência para urinar, ardor miccional, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, gotejamentos de pequenas quantidades de sangue a até mal-estar e febre. Além dos sintomas, hábitos do dia a dia também podem colaborar para o aparecimento da doença. “Segurar a urina por muito tempo, ir pouco ao banheiro e ingerir pouco liquido podem ajudar no surgimento da infecção”, afirma Galvão

A estudante de artes cênicas, Gabriela Zenaro, de 21 anos, é exemplo de quem sentiu todos os sintomas da infecção e ainda possuía os hábitos que colaboravam para que a doença surgisse com mais frequência. “Passava muitas horas do dia sentada, não bebia água e não sentia a necessidade de ir ao banheiro. Tive a presença de sangue na urina, ardência e vontade freqüente de ir ao banheiro”, conta.

Mais comum em mulheres, a infecção urinária surge nelas pela própria anatomia da mulher. Como a uretra feminina é mais curta e está próxima de regiões que podem contaminar o trato urinário, como a vagina e a região anal, o risco de ter a doença é maior. Por isso, os cuidados com a higiene íntima são essenciais para quem nunca teve a doença e para aquelas que já apresentam o quadro clínico com freqüência. “É necessário que a limpeza da vagina sempre aconteça de “frente para trás” e que as roupas íntimas sejam, de preferência, de algodão, pois facilitam a respiração da região”, explica Galvão.

Além das causas bacterianas, é comum algumas mulheres apresentarem infecção urinária após alguns dias em que teve relações sexuais, neste caso, é indicado tomar muita água e urinar após o sexo. “Infecção urinária não é DST. A doença surge espontaneamente quando uma bactéria atinge o sistema urinário por contaminação direta de bactérias existentes no corpo. A infecção não é transmissível e se desenvolve, pois o pH da mulher fica alterado após a relação”, afirma Galvão.

Embora seja mais comum em mulheres, a infecção urinária também aparece nos homens, porém é mais comum durante a infância. “Na primeira década de vida, os meninos são mais vulneráveis pela maior prevalência de más formações congênitas no sexo masculino”, afirma Roberto Galvão. “Quando mais velhos, os homens voltam a apresentar mais infecções por causa de problemas ligados à próstata”, completa.

No caso de crianças e idosos, que também podem apresentar o quadro de infecção urinária, os sintomas da doença mudam, já que nessa idade os sinais clássicos são menos comuns e dão lugar à sonolência, irritabilidade e queda do estado geral. Pacientes com pedras nos rins, doença renal policística, transplantados ou portadores do vírus do HIV, também estão mais vulneráveis e podem ter infecção urinária com mais facilidade.

Tratamento

Para quem apresentar os sintomas da doença, basta procurar um médico, que solicitará, caso necessário, um exame comum de urina e uma urocultura, processo que ajudará a detectar a presença de microorganismos localizados na urina.

Para os pacientes que apresentarem infecção urinária simples, o tratamento pode ser feito em casa a base de antibióticos prescritos pelo médico, que ajudarão na eliminação da doença. Nos casos em que a infecção urinária é freqüente, a recomendação é fazer uma avaliação com um nefrologista ou urologista. “Nas chamadas infecções urinárias de repetição, o paciente deve fazer uma avaliação clínica completa para identificar os possíveis fatores de risco”, afirma Roberto Galvão.

A infecção urinária é uma doença simples de ser tratada, porém, se não é feita de forma correta, pode levar a problemas sérios. A infecção pode evoluir para a sepse urinária, onde o paciente pode ter febre, queda importante do estado geral e da pressão arterial, além de taquicardia, o que leva a necessidade de imediata hospitalização. Em casos extremos os rins podem ser atingidos e parar de funcionar, o que pode colocar a vida do paciente em risco.







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