Dor e ardência ao urinar,
sensação de estar com vontade de fazer xixi o tempo todo, urina com cheiro
forte e incômodo no ventre são alguns dos principais sintomas da infecção
urinária. A doença, que atinge mais as mulheres, é causada pela presença de microorganismos
no sistema urinário, como a uretra, bexiga, ureter e os rins. Apesar de ser
facilmente curada, quando não tratada de forma correta, pode levar, em casos
mais sérios, a problema nos rins, obrigando o paciente a fazer tratamento de
hemodiálise e até a retirar o órgão.
O acesso dos
microorganismos ao sistema urinário acontece, geralmente, pela uretra, o
primeiro órgão do trato urinário, onde as bactérias podem se instalar ou
avançar para outras regiões, como a bexiga e os rins. Em alguns casos, a doença
pode ser causada por vírus ou fungos, mas segundo o nefrologista e médico do
Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), Roberto Galvão, cerca de 90%
dos casos acontece devido à bactéria Escherichia coli.
Entre os sintomas que
causam a infecção urinária estão a dificuldade ou urgência para urinar, ardor
miccional, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, gotejamentos de
pequenas quantidades de sangue a até mal-estar e febre. Além dos sintomas,
hábitos do dia a dia também podem colaborar para o aparecimento da doença.
“Segurar a urina por muito tempo, ir pouco ao banheiro e ingerir pouco liquido
podem ajudar no surgimento da infecção”, afirma Galvão
A estudante de artes
cênicas, Gabriela Zenaro, de 21 anos, é exemplo de quem sentiu todos os
sintomas da infecção e ainda possuía os hábitos que colaboravam para que a doença
surgisse com mais frequência. “Passava muitas
horas do dia sentada, não bebia água e não sentia a necessidade de ir ao
banheiro. Tive a presença de sangue na urina, ardência e vontade freqüente de
ir ao banheiro”, conta.
Mais comum em mulheres, a
infecção urinária surge nelas pela própria anatomia da mulher. Como a uretra feminina é mais curta e está próxima de regiões
que podem contaminar o trato urinário, como a vagina e a região anal, o risco
de ter a doença é maior. Por isso, os cuidados com a higiene íntima são
essenciais para quem nunca teve a doença e para aquelas que já apresentam o
quadro clínico com freqüência. “É necessário que a limpeza
da vagina sempre aconteça de “frente para trás” e que as roupas íntimas sejam,
de preferência, de algodão, pois facilitam a respiração da região”, explica
Galvão.
Além
das causas bacterianas, é comum algumas mulheres apresentarem infecção urinária
após alguns dias em que teve relações sexuais, neste caso, é indicado tomar
muita água e urinar após o sexo. “Infecção urinária não é DST. A doença surge
espontaneamente quando uma bactéria atinge o sistema urinário por contaminação
direta de bactérias existentes no corpo. A infecção não é transmissível e se
desenvolve, pois o pH da mulher fica alterado após a relação”, afirma Galvão.
Embora seja mais comum em mulheres, a infecção urinária
também aparece nos homens, porém é mais comum durante a infância. “Na
primeira década de vida, os meninos são mais vulneráveis pela maior prevalência
de más formações congênitas no sexo masculino”, afirma Roberto Galvão. “Quando
mais velhos, os homens voltam a apresentar mais infecções por causa de
problemas ligados à próstata”, completa.
No
caso de crianças e idosos, que também podem apresentar o quadro de infecção
urinária, os sintomas da doença mudam, já que nessa idade os sinais clássicos
são menos comuns e dão lugar à sonolência, irritabilidade e queda do estado
geral. Pacientes com pedras nos
rins, doença renal policística, transplantados ou portadores do vírus do HIV,
também estão mais vulneráveis e podem ter infecção urinária com mais
facilidade.
Tratamento
Para
quem apresentar os sintomas da doença, basta procurar um médico, que
solicitará, caso necessário, um exame comum de urina e uma urocultura, processo
que ajudará a detectar a presença de microorganismos localizados na urina.
Para os pacientes que apresentarem infecção urinária simples,
o tratamento pode ser feito em casa a base de antibióticos prescritos pelo
médico, que ajudarão na eliminação da doença. Nos
casos em que a infecção urinária é freqüente, a recomendação é fazer uma
avaliação com um nefrologista ou urologista. “Nas chamadas infecções
urinárias de repetição, o paciente deve fazer uma avaliação clínica completa
para identificar os possíveis fatores de risco”, afirma Roberto Galvão.
A infecção urinária é uma
doença simples de ser tratada, porém, se não é feita de forma correta, pode
levar a problemas sérios. A infecção pode evoluir para a sepse urinária, onde o
paciente pode ter febre, queda importante do estado geral e da pressão
arterial, além de taquicardia, o que leva a necessidade de imediata
hospitalização. Em casos extremos os rins podem ser atingidos e parar de
funcionar, o que pode colocar a vida do paciente em risco.
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