Desde 2009, tinturas e produtos para
alisar os cabelos só podem conter 0,2% de formol
É muito comum encontrar mulheres que
tiveram problemas capilares por conta do uso de tintas e formol. Em alguns
casos, os dois agentes podem se tornar alérgicos dependendo da quantidade
utilizada. O corpo pode ainda, adquirir resistência aos produtos e até mesmo
causar problemas em marinheiras de primeira viagem.
Segundo a ANVISA (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária), desde 2009, devido à quantidade de casos de alergia por
conta do formol, só é permitido uso de 0,2% do produto, com função conservante.
Além disso, foi proibida a exposição e venda em farmácias, drogarias,
supermercados, armazéns e lojas.
Mesmo com alguns riscos, o sonho de
alisar ou pintar o cabelo acaba tornando um estresse, uma vez que as mulheres
têm de ficar afastadas de um momento considerado muito prazeroso: ir ao
cabeleireiro!
A tinta para o cabelo contém
substâncias alérgicas que com o tempo podem causar sensibilidade, coceira e
vermelhidão ao redor da raiz. Segundo o membro da Sociedade Brasileira de
Dermatologia, Paulo Ricardo Criado, o problema é comum. “Muitas mulheres têm
dificuldade com as tinturas. É um agravante limitante porque a maioria
apresenta algum tipo de substância altamente alérgica. Somente as que contêm
rena natural podem substituir as tintas populares”, afirma.
Já o formol é uma substância tóxica
utilizada para o alisamento do cabelo. O produto age como conservação de outros
agentes utilizados. O principal agravante do formol é que pode causar danos
tanto aos clientes, quanto aos profissionais cabeleireiros. Criado explica que
a substância pode quebrar o fio do cabelo e provocar sérias reações alérgicas.
A representante em semi-jóias, Eneida
Maria Rossi, é exemplo de quem passou semanas cuidando de bolhas de água e
vermelhões surgidos após uso de formol em escova progressiva. “O problema
apareceu depois do terceiro uso. Parei no hospital por conta de fortes alergias
que chegaram a formar bolhas. Estas, por sua vez, deixaram o cabelo todo
grudado”, diz.
O uso do formol pode causar queda de
cabelo, perda de nutrientes e queimaduras. Além dos problemas no próprio coro,
é um fator prejudicial à saúde. Os olhos podem ficar irritados e a visão
embaçada. Em alguns casos, dor de garganta, tosse, coceiras no nariz e
diminuição da respiração são frequentes. Em situações extremas pode levar ao
câncer no aparelho respiratório e pneumonia.
Quando uma cliente passa a ter
qualquer tipo de alergia pós-tratamento capilar, é necessário procurar,
imediatamente, um profissional qualificado. “A mulher precisa buscar ajuda
assim que surgem vermelhões ou bolhas em volta do cabelo. O médico poderá
auxiliar qual é o melhor tratamento, orientando que tipo de medicação deve ter
para cada caso. É um modo de prevenir para o problema não piorar”, comenta
Criado.
No caso de Eneida, foi recomendado
tratamento com pomadas de quatro a cinco vezes por dia. Além disso, foi
necessário tomar injeção antiinflamatória e parar de freqüentar o cabeleireiro
por um período. “O que tomei no hospital serviu somente para aliviar as dores.
Fora isso, precisei ficar um tempo longe dos alisamentos e das escovas. Depois
que melhorei tive que substituir os produtos”, conta.
Para Criado, o uso do formol pode ser
substituído por outros produtos que têm funções similares. “O paciente deve
optar por não usar o formol, pois as alergias voltarão. Tem se usado muito a
técnica do Tiogliconato de Amônia, que age como o formol, porém não é
prejudicial à saúde”, explica.
A
falta de informação dos profissionais - Nem sempre os cabeleireiros estão preparados para atender
os clientes corretamente ou não tem conhecimento suficiente sobre o produto que
estão oferecendo. Portanto, é necessário ficar atento quanto às dicas para não
ser pego em reações alérgicas e problemas graves por conta do uso de tintas e
formol.
A representante em semi-jóias, Eneida
Maria Rossi, comenta que os cabeleireiros não têm informação suficiente. “A
impressão é que os profissionais repassam as informações que os compradores já
haviam encaminhado. Não pesquisam e comprovam. No meu caso, o cabeleireiro
ouviu, lamentou e disse que era a primeira cliente que passava por isso” conta.
Para evitar problemas, a Revista Viva
BH preparou um guia para você que gosta de ir ao cabeleireiro e precisa prestar
mais atenção no trabalho do profissional sem prejudicar a saúde.
1-
Faça
tratamentos com um cabeleireiro de sua confiança
2-
Peça
ao profissional para ver o rótulo do produto que for utilizar
3-
Se
for usar o formol, confira se estão passando a quantidade permitida pela Anvisa
(0,2%)
4-
Desconfie
se sentir um cheiro forte e se os olhos lacrimejarem. Estes são os principais
reflexos do uso do formol
5-
Vapores
do formol se formam imediatamente após o uso. Por isso, se isso acontecer, peça
ao profissional que retire o produto
O que diz a Lei
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária), os estabelecimentos que não cumprirem a porcentagem
liberada, 0,2% do produto, cometem infração sanitária, como diz a Lei 6.437, de
1997. Os estabelecimentos podem pagar
por erros civis, isto é, multas ou em penas carcerárias.
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