quinta-feira, 7 de março de 2013

Formol e tintas capilares são os principais causadores de reações alérgicas em mulheres


Desde 2009, tinturas e produtos para alisar os cabelos só podem conter 0,2% de formol

É muito comum encontrar mulheres que tiveram problemas capilares por conta do uso de tintas e formol. Em alguns casos, os dois agentes podem se tornar alérgicos dependendo da quantidade utilizada. O corpo pode ainda, adquirir resistência aos produtos e até mesmo causar problemas em marinheiras de primeira viagem.

Segundo a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), desde 2009, devido à quantidade de casos de alergia por conta do formol, só é permitido uso de 0,2% do produto, com função conservante. Além disso, foi proibida a exposição e venda em farmácias, drogarias, supermercados, armazéns e lojas.

Mesmo com alguns riscos, o sonho de alisar ou pintar o cabelo acaba tornando um estresse, uma vez que as mulheres têm de ficar afastadas de um momento considerado muito prazeroso: ir ao cabeleireiro!

A tinta para o cabelo contém substâncias alérgicas que com o tempo podem causar sensibilidade, coceira e vermelhidão ao redor da raiz. Segundo o membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Paulo Ricardo Criado, o problema é comum. “Muitas mulheres têm dificuldade com as tinturas. É um agravante limitante porque a maioria apresenta algum tipo de substância altamente alérgica. Somente as que contêm rena natural podem substituir as tintas populares”, afirma.

Já o formol é uma substância tóxica utilizada para o alisamento do cabelo. O produto age como conservação de outros agentes utilizados. O principal agravante do formol é que pode causar danos tanto aos clientes, quanto aos profissionais cabeleireiros. Criado explica que a substância pode quebrar o fio do cabelo e provocar sérias reações alérgicas.

A representante em semi-jóias, Eneida Maria Rossi, é exemplo de quem passou semanas cuidando de bolhas de água e vermelhões surgidos após uso de formol em escova progressiva. “O problema apareceu depois do terceiro uso. Parei no hospital por conta de fortes alergias que chegaram a formar bolhas. Estas, por sua vez, deixaram o cabelo todo grudado”, diz.

O uso do formol pode causar queda de cabelo, perda de nutrientes e queimaduras. Além dos problemas no próprio coro, é um fator prejudicial à saúde. Os olhos podem ficar irritados e a visão embaçada. Em alguns casos, dor de garganta, tosse, coceiras no nariz e diminuição da respiração são frequentes. Em situações extremas pode levar ao câncer no aparelho respiratório e pneumonia.

Quando uma cliente passa a ter qualquer tipo de alergia pós-tratamento capilar, é necessário procurar, imediatamente, um profissional qualificado. “A mulher precisa buscar ajuda assim que surgem vermelhões ou bolhas em volta do cabelo. O médico poderá auxiliar qual é o melhor tratamento, orientando que tipo de medicação deve ter para cada caso. É um modo de prevenir para o problema não piorar”, comenta Criado.

No caso de Eneida, foi recomendado tratamento com pomadas de quatro a cinco vezes por dia. Além disso, foi necessário tomar injeção antiinflamatória e parar de freqüentar o cabeleireiro por um período. “O que tomei no hospital serviu somente para aliviar as dores. Fora isso, precisei ficar um tempo longe dos alisamentos e das escovas. Depois que melhorei tive que substituir os produtos”, conta.

Para Criado, o uso do formol pode ser substituído por outros produtos que têm funções similares. “O paciente deve optar por não usar o formol, pois as alergias voltarão. Tem se usado muito a técnica do Tiogliconato de Amônia, que age como o formol, porém não é prejudicial à saúde”, explica.

A falta de informação dos profissionais - Nem sempre os cabeleireiros estão preparados para atender os clientes corretamente ou não tem conhecimento suficiente sobre o produto que estão oferecendo. Portanto, é necessário ficar atento quanto às dicas para não ser pego em reações alérgicas e problemas graves por conta do uso de tintas e formol.

A representante em semi-jóias, Eneida Maria Rossi, comenta que os cabeleireiros não têm informação suficiente. “A impressão é que os profissionais repassam as informações que os compradores já haviam encaminhado. Não pesquisam e comprovam. No meu caso, o cabeleireiro ouviu, lamentou e disse que era a primeira cliente que passava por isso” conta.

Para evitar problemas, a Revista Viva BH preparou um guia para você que gosta de ir ao cabeleireiro e precisa prestar mais atenção no trabalho do profissional sem prejudicar a saúde.

1-    Faça tratamentos com um cabeleireiro de sua confiança
2-    Peça ao profissional para ver o rótulo do produto que for utilizar
3-    Se for usar o formol, confira se estão passando a quantidade permitida pela Anvisa (0,2%)
4-    Desconfie se sentir um cheiro forte e se os olhos lacrimejarem. Estes são os principais reflexos do uso do formol
5-    Vapores do formol se formam imediatamente após o uso. Por isso, se isso acontecer, peça ao profissional que retire o produto

O que diz a Lei 

Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os estabelecimentos que não cumprirem a porcentagem liberada, 0,2% do produto, cometem infração sanitária, como diz a Lei 6.437, de 1997.  Os estabelecimentos podem pagar por erros civis, isto é, multas ou em penas carcerárias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário, seja membro deste blog, indique este blog.