No país, 30 milhões de
pessoas sofrem de problemas cárdicos e muitas ainda não têm diagnóstico
A
doença cardiovascular é a que mais mata no Brasil e no mundo. No país, cerca de
30 milhões de pessoas possuem alguma doença cardiovascular e dentro deste
número, algumas ainda não sabem ou não tem o diagnóstico. No Brasil, as doenças cardíacas mais prevalentes são o AVC
e o infarto, esta incidência é duas vezes maior em homens do que em
mulheres e mais comum em idosos do que em crianças.
A
hipertensão arterial ainda é a grande responsável pelas mortes
cardiovasculares, onde 54% leva a casos de acidentes vasculares cerebrais e
derrame, e 47% leva a infarto do miocárdio. De acordo com levantamento da Sociedade
Brasileira de Cardiologia, em 2008, cerca de 42 mil pessoas morreram por causa
de doenças hipertensivas no país.
As
doenças isquêmicas do coração somam 94 mil mortes, o infarto do miocárdio, 74 e
as doenças cerebrovasculares chegam a 97 mil falecimentos. Para se ter uma
ideia da dimensão do problema, no mundo, 7,6 milhões de pessoas morrem devido à
hipertensão arterial.
Para
a cardiologista do Hospital do Coração e especialista pela Sociedade Brasileira
de Cardiologia, Egle Costa Oppi, a hipertensão arterial é uma doença de risco.
“Fatores como mau colesterol elevado, tabagismo, obesidade e sedentarismo são
problemas que se não tratados, podem causar doenças cardiovasculares e
principalmente hipertensão”, explica. Homens acima de 45 anos e mulheres na
fase da menopausa, que perdem hormônios pela ausência da menstruação, precisam
de atenção especial.
Para
Egle, além das condições que podem ajudar no desenvolvimento da doença, há os
fatores modificáveis e os não modificáveis que também podem contribuir, de
alguma forma, para desencadear problemas cardiovasculares. Os não modificáveis
são: idade, sexo, antecedente genético e familiares próximos que possuem ou
faleceram devido à doença. “Estes pacientes precisam de exames periódicos para
ter parâmetros de controle. É preciso também, fazer diagnósticos desde jovem”,
afirma.
Os
fatores modificáveis, segundo Egle, são o estresse, o sedentarismo, a
obesidade, o tabagismo e a má alimentação. “Neste caso, o paciente tem escolha
de mudar os hábitos de vida. O fumo ele larga, o exercício físico ele faz e a
alimentação pode ser mais saudável. O tratamento é feito a base de drogas
poderosas, exames periódicos e acompanhamento médico”, afirma.
Sintomas
A
hipertensão, na grande maioria das vezes, é assintomática, ou seja, o paciente
não sente. No entanto, se realiza exames de rotina freqüentes, é possível
diagnosticar e prevenir a pressão alta. Quando o paciente não vai ao médico, dor no peito principalmente quando relacionada a esforços, tensão
emocional e falta de ar progressiva caracterizam a insuficiência cardíaca.
Neste caso, é necessário realizar exames específicos, como: eletrocardiograma,
teste de esforço, cardiografia e avaliações específicas.
Para Egle, a melhor forma de prevenir a hipertensão é começar a
realizar exames desde cedo. “A partir dos 18 anos já é possível avaliar a
pressão, fazer exames de sangue e colesterol. Com antecedentes genéticos, o
acompanhamento deve ser mais de perto”, afirma.
Para orientar a população quanto à importância de realizar exames
periódicos, a Sociedade Brasileira de Cardiologia realiza a Campanha Nacional 12/8,
que tem por meta manter esta medida de pressão. “O ideal é 11/7, mas os níveis
estão cada vez mais baixos para evitar lesões no coração, rim e cérebro, que
são órgãos alvos para a hipertensão”, explica.
Previna-se!
Já dizia o ditado “melhor prevenir do que remediar”, por isso, a
atividade física é a melhor amiga para evitar a hipertensão. A recomendação é
realizá-la pelo menos três vezes por semana. “Uma caminhada diária de 30
minutos na rua e no plano já é considerada um exercício”, sugere Egle.
Além de combater o sedentarismo, também é preciso atenção especial
para a alimentação. Para o café da manhã recomenda-se fruta, leite, queijos
light e pão integral. Para o almoço, menos carne vermelha, mais carne branca
feijão e arroz integral. “De maneira geral, o brasileiro precisa de menos
farinha, enlatados e comidas prontas. Deve acrescentar mais frutas, alimentos
integrais e peixes como a sardinha, que é rica em ômega 3”, explica Egle.
O sal, o excesso de tempero e o óleo usado para temperar os
alimentos também são agravantes para a hipertensão e devem ser consumidos com
moderação. A rotina também deve ser relaxada e sem estresse.
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