quinta-feira, 7 de março de 2013

Doenças cardiovasculares atingem 35% da população brasileira


No país, 30 milhões de pessoas sofrem de problemas cárdicos e muitas ainda não têm diagnóstico

A doença cardiovascular é a que mais mata no Brasil e no mundo. No país, cerca de 30 milhões de pessoas possuem alguma doença cardiovascular e dentro deste número, algumas ainda não sabem ou não tem o diagnóstico. No Brasil, as doenças cardíacas mais prevalentes são o AVC e o infarto, esta incidência é duas vezes maior em homens do que em mulheres e mais comum em idosos do que em crianças.
A hipertensão arterial ainda é a grande responsável pelas mortes cardiovasculares, onde 54% leva a casos de acidentes vasculares cerebrais e derrame, e 47% leva a infarto do miocárdio. De acordo com levantamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia, em 2008, cerca de 42 mil pessoas morreram por causa de doenças hipertensivas no país.
As doenças isquêmicas do coração somam 94 mil mortes, o infarto do miocárdio, 74 e as doenças cerebrovasculares chegam a 97 mil falecimentos. Para se ter uma ideia da dimensão do problema, no mundo, 7,6 milhões de pessoas morrem devido à hipertensão arterial.

Para a cardiologista do Hospital do Coração e especialista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, Egle Costa Oppi, a hipertensão arterial é uma doença de risco. “Fatores como mau colesterol elevado, tabagismo, obesidade e sedentarismo são problemas que se não tratados, podem causar doenças cardiovasculares e principalmente hipertensão”, explica. Homens acima de 45 anos e mulheres na fase da menopausa, que perdem hormônios pela ausência da menstruação, precisam de atenção especial.
Para Egle, além das condições que podem ajudar no desenvolvimento da doença, há os fatores modificáveis e os não modificáveis que também podem contribuir, de alguma forma, para desencadear problemas cardiovasculares. Os não modificáveis são: idade, sexo, antecedente genético e familiares próximos que possuem ou faleceram devido à doença. “Estes pacientes precisam de exames periódicos para ter parâmetros de controle. É preciso também, fazer diagnósticos desde jovem”, afirma.
Os fatores modificáveis, segundo Egle, são o estresse, o sedentarismo, a obesidade, o tabagismo e a má alimentação. “Neste caso, o paciente tem escolha de mudar os hábitos de vida. O fumo ele larga, o exercício físico ele faz e a alimentação pode ser mais saudável. O tratamento é feito a base de drogas poderosas, exames periódicos e acompanhamento médico”, afirma.

Sintomas
A hipertensão, na grande maioria das vezes, é assintomática, ou seja, o paciente não sente. No entanto, se realiza exames de rotina freqüentes, é possível diagnosticar e prevenir a pressão alta. Quando o paciente não vai ao médico, dor no peito principalmente quando relacionada a esforços, tensão emocional e falta de ar progressiva caracterizam a insuficiência cardíaca. Neste caso, é necessário realizar exames específicos, como: eletrocardiograma, teste de esforço, cardiografia e avaliações específicas.
Para Egle, a melhor forma de prevenir a hipertensão é começar a realizar exames desde cedo. “A partir dos 18 anos já é possível avaliar a pressão, fazer exames de sangue e colesterol. Com antecedentes genéticos, o acompanhamento deve ser mais de perto”, afirma.
Para orientar a população quanto à importância de realizar exames periódicos, a Sociedade Brasileira de Cardiologia realiza a Campanha Nacional 12/8, que tem por meta manter esta medida de pressão. “O ideal é 11/7, mas os níveis estão cada vez mais baixos para evitar lesões no coração, rim e cérebro, que são órgãos alvos para a hipertensão”, explica.

Previna-se!
Já dizia o ditado “melhor prevenir do que remediar”, por isso, a atividade física é a melhor amiga para evitar a hipertensão. A recomendação é realizá-la pelo menos três vezes por semana. “Uma caminhada diária de 30 minutos na rua e no plano já é considerada um exercício”, sugere Egle.
Além de combater o sedentarismo, também é preciso atenção especial para a alimentação. Para o café da manhã recomenda-se fruta, leite, queijos light e pão integral. Para o almoço, menos carne vermelha, mais carne branca feijão e arroz integral. “De maneira geral, o brasileiro precisa de menos farinha, enlatados e comidas prontas. Deve acrescentar mais frutas, alimentos integrais e peixes como a sardinha, que é rica em ômega 3”, explica Egle.
O sal, o excesso de tempero e o óleo usado para temperar os alimentos também são agravantes para a hipertensão e devem ser consumidos com moderação. A rotina também deve ser relaxada e sem estresse.



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