quinta-feira, 7 de março de 2013

Toda família tem um filho predileto...mito ou verdade?



Cada filho é único, tem sua personalidade, suas crenças e uma maneira de se comportar e encarar a vida.

 Pais e mães às vezes não sabem ou agem inconscientemente, mas é comum ter um filho em que tenham mais afinidade e gostos parecidos. Para a experiente psicóloga americana Ellen Libby, as preferências existem. Afinal, ter predileção por algum dos filhos e favorecê-lo é mito ou verdade?

Há psicólogos e psicanalistas que afirmam que esta preferência exista, embora muitas famílias neguem. Por outro lado, há quem explique que não é possível generalizar o assunto.
Para a especialista em comportamento humano, Roselake Leiros, o assunto é mito e na verdade o nome correto não é “preferido”, mas sim, aquele em que há mais identificação e interesses em comum. “A grande maioria das mães tem uma afinidade maior com algum dos filhos. É comum que entre os filhos haja um modelo mais parecido com o da mãe, um tipo que ela se relacione com mais tranqüilidade”, explica.

Já para a psicóloga Gabriela Monéa a predileção entre pais e filhos pode ocorrer e este fato é natural por diversos motivos. “Afinidades, semelhança com algum ente querido, ser o primogênito ou o caçula, ter temperamento ou gostos iguais, ser mais frágil ou o mais problemático ou até mesmo serem opostos podem ser razões que levem pais a terem filhos prediletos”, afirma.

Quando esta predileção existe, a dúvida mais comum, segundo Roselake Leiros, é como lidar com a situação. “Algumas têm essa predileção e as declaram, outras, porém, tentam disfarçar, mas não conseguem. Há ainda, aquelas que não têm consciência, mas demonstram sua preferência em seus comportamentos”, afirma. Admitir o sentimento é o primeiro passo para conviver com a situação. “É necessário saber o que gera o excesso de cuidado e preocupação, pois a predileção pode prejudicar a família, uma vez que um se sente sufocado, enquanto o outro fica desprotegido”, completa.

Para a psicóloga Gabriela, é importante que a família saiba manter o equilíbrio entre as relações a fim de não gerar traumas nos filhos. “A mãe deve tomar cuidado para não admitir esta predileção, assim evita-se deixar marcas nos filhos, seja no preferido ou no que tem menos atenção. É importante manter o equilíbrio familiar demonstrando para os filhos que todos têm espaço de acordo com suas necessidades e características”, afirma.

E se os filhos perceberem?
As crianças são capazes de perceber que os pais estabelecem relações diferentes entre eles, e apesar de notarem isso, podem não se incomodar, desde que o tratamento dado a todos seja justo. Porém, quando a realidade é oposta o conflito familiar pode surgir.
Para a especialista Roselake, quando a criança percebe a diferença pode se afastar dos pais, sentir-se rejeitado, ter ciúmes e dificuldades de relacionamento. “A predileção significa excessos para um lado e falta do outro, isto é, desigualdade. A parte preterida vai sentir ciúmes e isso pode gerar uma verdadeira inimizade entre os irmãos, que na maioria das vezes brigam muito”, afirma. Para a especialista, tanto o preferido quanto o rejeitado podem desenvolver sentimentos negativos. “A parte desprezada pode criar sentimentos de rejeição e esta dor vai gerar comportamentos inadequados que também vão interferir no seu desenvolvimento e felicidade”, completa.

O filho predileto, por sua vez, além de muitas vezes não crescer e amadurecer naturalmente, se sente sufocado e alvo de gozações como o “filhinho da mamãe”. “O ciúme da mãe provoca grandes conflitos nas suas outras relações”, explica Roselake. Para a especialista, se os pais não tiverem condições de entender a questão, admiti-la e modificá-la por si mesmo é preciso buscar ajuda de um profissional.

Na opinião de Gabriela, geralmente os pais têm dificuldade em assumir a predileção por se sentirem culpados. “É comum eles acreditarem que amam mais um filho do que o outro. No entanto, uma pessoa é diferente da outra, assim como os pais, os amigos e os parentes, não seria diferente com os filhos. Por isso, é natural ter mais afinidades com um do que com outro”, conclui.


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