Respeito, amor, consideração e o valor
do diálogo são alguns dos elementos aprendidos a partir da relação entre pais e
filhos
As
reuniões em família são essenciais para a construção e ensinamento de valores a
serem passados para os filhos. Não importa a circunstância, seja um
aniversário, alguns encontros casuais ou os momentos de fins de semana. São nestas
horas que as situações vividas poderão servir como exemplo no cotidiano fora do
lar, como no trabalho e nos relacionamentos pessoais.
Segundo
a especialista em comportamento humano, Roselake Leiros, o mais importante é
fazer com que a família pegue gosto por querer estar junto. “Os pais tem de
entender que uma família que se reúne traz um referencial positivo para a
criança. Portanto, o essencial não é o que vai fazer, mas a vontade por estar presente.
Isso faz com que os integrantes saibam conversar, reunir e criar gosto pelas
pessoas”, afirma.
É
na vivência familiar que se aprende valores como o respeito, amor, saber ouvir,
dialogar, entender as diferenças e singularidades e ensinar a respeitar a
hierarquia dentro de casa ou no trabalho. Para isso, os pais devem entender que
é necessário repassar os ensinamentos com naturalidade e não como um decreto.
“Às vezes o adulto acha que os limites e valores são transmitidos falando, mas,
na realidade, é se vivendo”, diz Roselake.
A
família da professora Cecília Aiello, que é casada ha 28 anos e têm duas filhas
adolescentes, é exemplo de quem cultiva e tem prazer por estar junto. “Desde
que eu e o meu marido namorávamos, criamos o hábito de ter um momento só para
nós e isso foi repassado para as nossas filhas. Acreditamos que o mais
importante é garantir que haja pequenos momentos para parar o que estamos
fazendo e prestar atenção no outro”, aponta.
Existem
famílias radicais, conservadoras, intelectualizadas, que gostam de brincar e as
que topam tudo. Mas, na hora de escolher o que vai fazer no dia, é necessário
ter cautela, saber ouvir e, acima de tudo, os pais têm de incentivar passeios
que tenham a cara da família e que os filhos terão prazer. “É preciso discutir
com todos os integrantes quais são as opções de lazer. Tem de ser algo
compatível com o perfil da família. Nesse caso, cabe aos pais ter bom senso e
mediar às decisões”, comenta Roselake.
A
família de Cecília é a do tipo intelectual e que gosta de diversão, por isso,
optam por ir a exposições, ao cinema, ao teatro, a museus, assistir um bom DVD
em casa ou frequentar restaurantes. Os integrantes já têm o segredo na hora de
decidir a programação. “Nós estamos sempre em contato com jornais e revistas
para saber o que tem de diferente. Em tudo o que fazemos juntos, desligamos das
preocupações do dia a dia. O convívio em família deve ser prazeroso. São destes
passeios que temos recordações e é isso que nos mantém unidos”, explica.
Segundo
Roselake, a falta de dinheiro ou tempo não devem ser impedimentos para ter
momentos agradáveis e que reúna toda a família. A essência está no “querer
interagir e participar. Os pais têm de perceber o que irão chamar atenção dos
filhos e o que eles realmente gostam para que seja criado o hábito da reunião.
Não é a quantidade de tempo, mas a vontade de se encontrar”, completa.
Como administrar
encontros com pais separados - A separação não pode ser sinônimo de famílias
que não são unidas. Mesmo com a distância, os pais devem respeitar a
importância do estar junto e priorizar a educação dos filhos. "A lei é o
respeito. Tanto o pai quanto a mãe tem o seu lugar e relevância. Nesse caso, os
pais precisam separar comportamento de identidade", afirma a especialista Roselake
Leiros.
Uma peça fora do
quebra-cabeça - Algumas famílias ainda vivem os
efeitos da revolução da mulher. A mulher teve um
papel crucial para que algumas famílias se dissolvessem e não criassem o hábito
de estarem reunidas. Isso fez com que os filhos estabelecessem os valores
aprendidos fora do lar e, na maioria das vezes, criando obstáculos nos
relacionamentos pessoais e no trabalho.
Segundo
Roselake Leiros, as famílias vivem um processo natural do desenvolvimento.
"A mulher foi conquistando espaço na sociedade e isso é muito louvável.
Por outro lado, os homens só trabalhavam e não eram tão presentes. Por isso,
ficou uma falha na hora de construir uma família reunida", explica.
Apesar
desse quadro, é importante ressaltar que as famílias já estão mais adaptadas a
situação. Isto é, já é possível entender e administrar o tempo entre pais e
filhos. "Não é preciso ter desespero. Hoje já existem muitas famílias em
que os pais ficam o tempo todo fora, que trabalham muito, mas tem a família
reunida e os valores passados. Pode se entender como processos comuns no
relacionamento. Por outro lado, é importante os pais saberem que essa situação
existe e que o papel deles é ensinar os valores pela convivência entre eles e os
seus respectivos filhos", completa.
Guia para um bom
passeio em família
1-
Reúna todos os integrantes e veja o que eles mais gostam de fazer.
2-
Analise o perfil da família e surgira passeios também.
3-
Veja quais passeios são comuns entre os integrantes da família.
4-
Programe os passeios com dias certos para não haver desencontros.
5-
Procure fazer pelo menos um encontro por semana
Passeios para
diferentes perfis de família
Radicais – Prática de esporte
ligado a natureza, como rafting, bóia-cross, trekking, viagens exóticas e
acampamentos.
Conservadoras – Assistir um DVD,
fazer uma leitura em família, frequentar restaurantes, ir ao parque, andar de
bicicleta.
Intelectualizadas – Ir ao teatro, ao
cinema, conhecer museus, visitar exposições.
Brincalhona – Jogar games onde
todos possam participar, assistir uma comédia, ir ao parque, praticar esportes,
reunir os amigos em casa, organizarem festas.
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