quinta-feira, 7 de março de 2013

Casos de Leishmaniose crescem em Belo Horizonte



De janeiro a abril de 2011, 30 mortes já foram contabilizadas e 3,6 mil casos foram registrados em cães

A Leishmaniose, doença não contagiosa causada por parasitas, transmitida pelo protozoário Leishmania em humanos e animais, é motivo de preocupação dos moradores da região de Belo Horizonte. Dados da Secretaria Municipal de Saúde, de janeiro a abril deste ano, foram 3,680 casos da doença atingidas em cachorros e, deste número, 3,084 precisaram ser sacrificados. Por outro lado, 30 pessoas já morreram.

Segundo o Presidente do Departamento de Infectologia da AMP (Associação Paulista de Medicina), Hélio Arthur Bacha, a doença está em expansão no Brasil. “A Leishmaniose existe em todos os estados do país. Há vinte anos era presente só no norte e nordeste e em alguns casos no sul. No interior, a do tipo Visceral está em avanço. Além disso, na forma cutânea, há casos no norte da Europa e no sul da África.” explica.

O presidente afirma que, no Brasil, os casos mais frequentes ocorrem em jovens entre 25 e 30 anos. Em contrapartida, a Leishmaniose é mais presente no sexo masculino tanto por exposição, como por condições hormonais. O problema é tratar a doença em idosos, pois já não têm a mesma resistência para o tratamento.

A doença pode se manifestar de duas maneiras. A Leishmaniose Tegumentar ou Cutânea é a forma mais amena. Caracterizada por lesões na pele, pode ter feridas, principalmente, no nariz e na boca, podendo deformar a face ou ter infecções graves. Já a Leishmaniose Visceral ou Calazar é mais intensa e afeta órgãos, como fígado, baço e medula óssea, provocando inchaço.

Bacha afirma que a do tipo Visceral, quando não tratada, pode levar a óbito. “É uma doença que tem evolução mais grave, por isso o indivíduo deve estar atento ao tratamento. Em usuários de drogas, a situação se torna mais preocupante por conta da infecção com as seringas. Se o paciente não tratar corretamente, corre risco de morte”, explica.

Na Leishmaniose Tegumentar ou Cutânea o doente sente dores fortes por conta das feridas que, em alguns casos, apresentam secreções. Já no caso da Visceral, é “frequente o caso de anemias, emagrecimento, aumento do baço, febre continua, indisposição e palidez”, comenta Bacha.

Para tratar a doença, o paciente deve ter acompanhamento médico, seguido de doses de remédios que variam de acordo com a gravidade da Leishmaniose. “Tem cura, mas se não tratar corretamente pode causar danos irreversíveis na pele. Um bom tratamento leva em torno de quatro semanas para o paciente estar 100% curado”, afirma Bacha.

Para prevenir a doença, os indivíduos devem tomar alguns cuidados básicos. Quem reside em áreas onde há mata, é necessário utilizar repelente e evitar contato direto com a água de lagos ou rios. Além disso, prestar atenção nos reservatórios de água e na saúde do cão de estimação são rotinas diárias. O mais importante é fazer do ambiente, um local propício para que o mosquito não se desenvolva.

Cuidado com os cães!

Os famosos animais de estimação também são fortes candidatos para a escolha do mosquito hospedeiro. Desta maneira, é importante tomar cuidado e ter visitas frequentes nas clínicas veterinárias.

Se o cachorro está com queda de pelo, feridas no focinho e na orelha ou não se alimenta como antes, tome cuidado e procure a ajuda de um profissional. Estes são os principais sintomas da Leishmaniose em cachorros.

Segundo o Presidente do Departamento de Infectologia da AMP (Associação Paulista de Medicina), Hélio Arthur Bacha, na maioria das vezes, os cães devem ser retirados do lar. “O problema é a resistência da população em doar ou sacrificar o cão que está com Leishmanione. É uma barreira a ser passada”, conclui.





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário, seja membro deste blog, indique este blog.