De
janeiro a abril de 2011, 30 mortes já foram contabilizadas e 3,6 mil casos foram
registrados em cães
A Leishmaniose, doença não contagiosa
causada por parasitas, transmitida pelo protozoário Leishmania em humanos e
animais, é motivo de preocupação dos moradores da região de Belo Horizonte. Dados
da Secretaria Municipal de Saúde, de janeiro a abril deste ano, foram 3,680
casos da doença atingidas em cachorros e, deste número, 3,084 precisaram ser sacrificados.
Por outro lado, 30 pessoas já morreram.
Segundo o Presidente do Departamento
de Infectologia da AMP (Associação Paulista de Medicina), Hélio Arthur Bacha, a
doença está em expansão no Brasil. “A Leishmaniose existe em todos os estados
do país. Há vinte anos era presente só no norte e nordeste e em alguns casos no
sul. No interior, a do tipo Visceral está em avanço. Além disso, na forma
cutânea, há casos no norte da Europa e no sul da África.” explica.
O presidente afirma que, no Brasil, os
casos mais frequentes ocorrem em jovens entre 25 e 30 anos. Em contrapartida, a
Leishmaniose é mais presente no sexo masculino tanto por exposição, como por
condições hormonais. O problema é tratar a doença em idosos, pois já não têm a
mesma resistência para o tratamento.
A doença pode se manifestar de duas
maneiras. A Leishmaniose Tegumentar ou Cutânea é a forma mais amena.
Caracterizada por lesões na pele, pode ter feridas, principalmente, no nariz e
na boca, podendo deformar a face ou ter infecções graves. Já a Leishmaniose
Visceral ou Calazar é mais intensa e afeta órgãos, como fígado, baço e medula
óssea, provocando inchaço.
Bacha afirma que a do tipo Visceral,
quando não tratada, pode levar a óbito. “É uma doença que tem evolução mais
grave, por isso o indivíduo deve estar atento ao tratamento. Em usuários de
drogas, a situação se torna mais preocupante por conta da infecção com as
seringas. Se o paciente não tratar corretamente, corre risco de morte”, explica.
Na Leishmaniose Tegumentar ou Cutânea
o doente sente dores fortes por conta das feridas que, em alguns casos,
apresentam secreções. Já no caso da Visceral, é “frequente o caso de anemias,
emagrecimento, aumento do baço, febre continua, indisposição e palidez”, comenta
Bacha.
Para tratar a doença, o paciente
deve ter acompanhamento médico, seguido de doses de remédios que variam de
acordo com a gravidade da Leishmaniose. “Tem cura, mas se não tratar
corretamente pode causar danos irreversíveis na pele. Um bom tratamento leva em
torno de quatro semanas para o paciente estar 100% curado”, afirma Bacha.
Para prevenir a doença, os indivíduos
devem tomar alguns cuidados básicos. Quem reside em áreas onde há mata, é
necessário utilizar repelente e evitar contato direto com a água de lagos ou
rios. Além disso, prestar atenção nos reservatórios de água e na saúde do cão
de estimação são rotinas diárias. O mais importante é fazer do ambiente, um
local propício para que o mosquito não se desenvolva.
Cuidado com os cães!
Os famosos animais de estimação também
são fortes candidatos para a escolha do mosquito hospedeiro. Desta maneira, é
importante tomar cuidado e ter visitas frequentes nas clínicas veterinárias.
Se o cachorro está com queda de pelo,
feridas no focinho e na orelha ou não se alimenta como antes, tome cuidado e
procure a ajuda de um profissional. Estes são os principais sintomas da
Leishmaniose em cachorros.
Segundo o Presidente do Departamento
de Infectologia da AMP (Associação Paulista de Medicina), Hélio Arthur Bacha,
na maioria das vezes, os cães devem ser retirados do lar. “O problema é a
resistência da população em doar ou sacrificar o cão que está com Leishmanione.
É uma barreira a ser passada”, conclui.
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